Távola De Estrelas: abril 2011

Távola De Estrelas

Poesia Do Céu Da Boca

* Sempre DS*SD erpmeS *

Távola De Estrelas, Poesia Do Céu Da Boca, Para Mastigar Devagarinho, Deve Ser Servida À Noite E Acompanhada Dum Bom Vinho Tinto...

Destino

Postado: Daniele Dallavecchia On terça-feira, abril 12, 2011 11 Carinhos de Luxo


Se fossem flores
as lágrimas que me pendem nos cílios
imagina , meu amor ,
os jardins que sorririam nos teus olhos
se fossem poemas
as gotas que escorrem como rios na minha derme
imagina , meu amor ,
os livros que tuas queridas mãos receberiam
se fossem pássaros
as construções que me revolvem a mente
imagina , meu amor ,
os mundos onde os teus pés seriam (per)seguidos
se fossem músicas
os bafos sufocados que me (não) saem
imagina , meu amor ,
os instrumentos que te ensaiariam
se fossem peixes
as veias que me transportam o sangue
imagina , meu amor ,
os rios e oceanos que te vestiriam
se fossem joaninhas
os estremeceres deste meu corpo
imagina , meu amor ,
as plantas de boa colheita que te agraciariam
se fossem céus
os sorrisos que no meu rosto se revelam
imagina , meu amor ,
a eternidade que te (a)guardaria...

Mas ...

Estes se´s anulam o tanto que tu possas imaginar
condiconam(me) , aprisionando(nos) ...

Se eu puder libertar o condicional
e erguer o absoluto
então
incondicionalmente
meu amor , imagina ,
as horas soprando no relógio :
- acelerai ponteiros , acelerai !
e estancai , agora , exactamente,
neste preciso e precioso segundo
em que eu de parado
traço todos os caminhos que (me) conduzem
ao destino que escolhi e faço
aqui , onde nascem
os anjos que respiram a sagração do amor ...


Luiz Sommerville Junior, Nov 2010





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Comentários do Luso Poemas


Poemas e Frases - Destinodanieledallavecchia
Publicado: 24/09/2014 06:20  Actualizado: 24/09/2014 06:22
Da casa!

Usuário desde: 21/08/2011
Localidade: Rio de Janeiro - BR
Mensagens: 401
 Re: Destino
Lembro-me desse dia
ó quanta agonia!
pela briga que se seguia
e naquela discussão fria,
tua pena ilustre ardia
talhando na folha, a poesia
que com tamanha maestria,
argumentos meus derrubaria
na delicadeza do que eu leria
quando ao raiar do dia
em lágrimas me desfazia
um golpe de mestre, eu via
ganhando minha alma com magia
e aos pulos vi em mim tal alegria
quando descobri que o poeta sentia
tanto quanto em meu peito havia
daquele amor que se explodia
nele também se expandia.


te amo, príncipe encantado, eterno namorado!
Status: Active
ResponderPoemas e Frases - DestinoAmora
Publicado: 23/09/2014 18:53  Actualizado: 23/09/2014 18:53
Colaborador

Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4419
 Re: Destino
Sem palavras, sem palavras!
Status: Active
ResponderPoemas e Frases - DestinoManoelDeAlmeida
Publicado: 23/09/2014 12:06  Actualizado: 23/09/2014 12:06
Colaborador

Usuário desde: 30/05/2011
Localidade: Campo Grande/MS - Brasil
Mensagens: 673
 Re: Destino
Poeta, você tem seu estilo próprio de escrever e ele consiste no inusitado da abordagem do tema; na estrutura formal feita ao seu gosto, às suas "necessidades" de expressão dos sentimentos que embalam o eu lírico. Prova disso temos neste poema: o inusitado dessas belas metáforas hipotéticas /se fossem flores/ /as lágrimas que me pendem dos cílios/...e assim vai, usando a conjunção condicional "se"... de repente muda a estrutura formal e surge a adversativa "mas"...então surge o desejo de libertar do condicional e viver o absoluto, mas esse absoluto é apenas um pedido para imaginar... Lindo seu poema. Abraço.
Status: Active



O Que Sou?

Postado: Luíz Sommerville Junior On sexta-feira, abril 08, 2011 0 Carinhos de Luxo



Tenho versos tristes, sem motivo aparente,
embora a vida me conceda belas cores,
não entendo de onde me nascem dores
sem fim... Nada me justifica nem me prende

Além daquilo que me dá vida, surpreende!
Meu vinho não é suave, ausente de sabores
comuns. Nunca me quedei a grandes amores,
sou ostra de mim, aprecio o que é diferente...

Não quero com isso dizer que não sei amar,
mas o oposto do que me sabem, é o que sou,
meu coração somente a um quis se abrir...

Há uma força que embala tudo, como o mar,
em ondas de mim, que vem e vão, assim me dou,
personagem dum livro não lido, querendo existir...



Daniele Dallavecchia


Tua Partida

Postado: Luíz Sommerville Junior On domingo, abril 03, 2011 1 Carinhos de Luxo


Queria meus dias mais calmos,
E meu alvorecer como salmos
Que a alma perturbada acalma
Mesmo quando tudo se acaba...

Queria meu sorriso mais alegre
Mas isto já não me compete...
São lembranças tristes que trago
No peito há muito  lacrado.

Queria mais lágrimas para chorar
Toda a dor que preciso desafogar,
Impossível suportar tua partida
Tendo um coração e uma vida...

Choro no teu túmulo meu luto
E toda amargura que desfruto
Nada deixastes, nem um fruto
Só um vazio imenso e tumulto.

Ah, sou mesmo triste como o canto
De dor dos devotos para seu santo
Como a estação de trem e a despedida
Levando para longe a paixão perdida.

E que importa aos outros o que sou?
Fui eu, quem ele, para sempre deixou.
Sou o destino que se desencontrou.
Sou a que no mundo sozinha ficou.


Daniele Dallavecchia   20/11/2008


O Tempo Dirá

Postado: Luíz Sommerville Junior On sábado, abril 02, 2011 0 Carinhos de Luxo

Talvez o tempo me ensine
a fechar o coração,
talvez não...
Talvez a vida me mostre
com quantas decepções
se faz uma história,
estrada enfeitada
dos meus sonhos desfeitos,
Talvez você seja só a ilusão
que o vento dissipará pelo ar,
ou talvez você seja o amor
que eu não soube conquistar...

O tempo...
o tempo me dirá...

Até lá,
deixa-me guardada
no baú dos meus sonhos,
vivendo o outro lado
do nosso desencontro...


Daniele Dallavecchia


Além mar do meu coração

Postado: Luíz Sommerville Junior On sábado, abril 02, 2011 0 Carinhos de Luxo

Noite fria de solidão,
num poema triste de mim,
versos que não encontram razão,
nesta lógica do meu fim...
Tudo é tão mórbido e desalentador,
cinza desbotando o arco-íris do meu céu,
a vida nada mais é, meu amor,
se meus sonhos estão perdidos, ao léu...
Ventania que me leva para longe,
dos encantos da infância,
e viva eu cá, nas súplicas dum Deus que não responde,
morrer na dor desta distância...


Daniele Dallavecchia