Távola De Estrelas: julho 2012

Távola De Estrelas

Poesia Do Céu Da Boca

* Sempre DS*SD erpmeS *

Távola De Estrelas, Poesia Do Céu Da Boca, Para Mastigar Devagarinho, Deve Ser Servida À Noite E Acompanhada Dum Bom Vinho Tinto...

Mon Ami Pierrot

Postado: Luíz Sommerville Junior On terça-feira, julho 31, 2012 0 Carinhos de Luxo


Faz-de-conta
que me possuis
faz-de-conta
e pega na tua mala
forrada por fora
com postais vintage
de (in)esquecíveis hollywoods
aos quais prestas idolatria
segue para o circo
provoca o riso no público
nesse gesto de colombina desfocada
que assombra o teu camarim
desmoronando a maquilhagem
enquanto
a lágrima contra
teu faz-de-conta
provoca uma perturbadora tremura
na vela que acendes à Virgem

(Entretanto ...
a Virgem e mon ami Pierrot
consumindo o pavio
gastando a cera
apagam-te ...)


Luiz Sommerville Junior ,  310720120203


Tão Longe ... do Avatar

Postado: Luíz Sommerville Junior On sábado, julho 28, 2012 1 Carinhos de Luxo


Sinto
que quase
sou poeta
para ganhar
tão singelo troféu
basta-me
o perdão
e não mais escrever
verso algum
mas ...

Ser quase(poeta)
é ser o pior (poeta)
do (poeta) que é possível ser



Jorge Manuel (Luiz Sommerville Junior) , 280720120227


O Teu Movimento

Postado: Daniele Dallavecchia On domingo, julho 22, 2012 3 Carinhos de Luxo


Percorreria a terra
se terra fosse
qual crente que se descalça
... para pisar chão sagrado
atravessaste as alturas dos céus
e céu era
conquistando as asas
qual ponte que uniu
os mundos num abraço
que nos entranha
e é jóia do mais belo laço


JouElam, 220720120046


 in resposta





O mais belo laço,
vem do teu abraço de manhã,
elo que me fecha em ti,
raiz que me fez nascer e crescer no teu peito,
fruto do amor e da esperança
de irmos, de sermos, de amarmos
até onde a vida nos permitir,
até onde o ponteiro desse relógio de corda,
que são os dias dos nossos dias,
nos deixar seguir.
Mas,
se um dia o teu relógio
parar antes do meu, não esquece,
dum pouquinho antes,
 rebentar a corda do meu
para que possamos
caminhar juntos
numa távola de estrelas e de flores celestiais.

Te amo!


Daniele Dallavecchia, 22072012, 01:02


Solidão II

Postado: Luíz Sommerville Junior On terça-feira, julho 17, 2012 0 Carinhos de Luxo


"Solidão arrasta nove idosos para a morte em 12 horas"
In DN Portugal

Quando das palavras
aqueles que as glorificam
transformam-nas
em sorrisos d´infância
em baloiços de felicidade
em brincadeiras d ´enternecer
em jogos que são do lazer - alegria !
acontece - delas -
o que não podia
deixar d´acontecer :
- o momento melhor !

Mas , quando o ser
morre sozinho
sem ninguém
que o queira ver
não foram as palavras
que falharam
mas as presenças
que delas se ausentaram !

(e o divórcio das palavras não é o silêncio ,
mas a cegueira casada com a falsa semântica)



Luíz Sommerville Junior , 170720121701


Da mudança sem esperança

Postado: Daniele Dallavecchia On domingo, julho 15, 2012 0 Carinhos de Luxo


Nasceu avesso à família
cresceu avesso à matilha
subiu, caiu, subiu, se reconstruiu
Mas quando o defeito é nato
nada conserta ou da jeito
e quanto mais se opunha
a sociedade que combatia
mas nela se enfiava
e não era visto com simpatia
é que para ser nobre,
não basta ter nome
é preciso ter porte
e lhe faltava o corpo esbelto
a arte de saber se comportar
mas, quando o defeito é nato
melhor é aceitar o que se tem
trabalhar às duras, desmaiar na labuta
e ser reconhecido
por algo de bom que se faz bem,
não adianta fazer castelo dum casebre
é preciso grande revolução
e se sabedoria há,
rir-se do que vão falar
ainda é melhor remédio.
Napoleão riu-se e
bem ou mal
foi álguém

Isto não é para mim, nem para ti
é para quem sabe que quando a dor
não transparece no rosto ou doutro jeito
é porque tá guardada a esmagar o peito



Daniele Dallavecchia, 15072012, 21:33
in Do Homem Balzac


Das Cavernas até às Estrelas

Postado: Luíz Sommerville Junior On sábado, julho 07, 2012 0 Carinhos de Luxo





Há em cada palavra
um universo
o conjunto
de todas as palavras
contém
todos os universos possíveis
- ó grandeza ! -
sendo cada ser humano
por dentro e por fora
rei e servo
de tão imensurável cosmos
que é
para nós
por nós
de nós
e em nós
nosso , vosso
então ... conclusão :
as palavras , todas ! ,
são
a forma que o homem encontrou
de gerar em cada um
a invenção de "deus"
mas ...
porque razão
o vocábulo
é tantas vezes
contra , inimigo , do ser ?
"o diabo" não é o oposto
de toda a energia criadora ?
se o bem vencesse o mal
significaria isso a extinção ?
será o mal um mal necessário
para que possa existir um pouco de bem ?
imaginemos um mundo sem verbos
haveria gestos , actos ?
e não havendo atitudes , acção ! ,
para onde iria
todo e qualquer movimento ?
pararia ? ficaríamos congelados no tempo ?
ah , mas já existimos sem a Língua
mas o que foi no passado significaria no presente - existir ?
não sei ! ...
apenas sei , que ...

H
á em cada palavra
uma terra de dúvidas
por dentro e por fora !



JouElam , 070720120308


Crueldade ( Viagem adiada)

Postado: Luíz Sommerville Junior On sexta-feira, julho 06, 2012 2 Carinhos de Luxo



A vida de (quase)todos nós
é feita de asas
as asas são perfeitas
a vida - perfeita é ,
então ...
porque o nosso voo
não domina a Terra ?

(perguntem à maldade)


Todos temos o direito
de sonhar
mas uma reduzida elite
rouba todos os sonhos do universo
para viver
uma realidade
de delírio luxuoso
fausto da malvadez

- Eis o nosso pesadelo !


JouElam , 06072012024 in Viagem Adiada e Crueldade


Da estátua sem autor

Postado: Daniele Dallavecchia On sexta-feira, julho 06, 2012 0 Carinhos de Luxo


Tenho uma espada afiada,
e dói-me tê-la na ponta da língua,
pois assim como corta
levemente a tua falsa carne
quando ousas me falsear,
covardemente e de soslaio
às pombas que te defecam a cabeça,
minha boca sem trégua
manda-te logo à merda!
O calor gélido da tua encenação,
alma de tristeza, invenção!
pois sei que as poucas aves
que te rodeiam
são trazidas pelos velhos solitários
sentados nos bancos das praças
admirando o tudo e o nada...
Não me controlo diante de ti,
tenho tanto dó , Ó, Ó, Ó!
és tão sem importância, tão estática
que me dói todo o corpo
por não poder gritar-te a verdade,
(escancarada)
não percebeste ainda
não és de sangue, osso e carne!
(és feita de maldade)
e se minha boca sangra
e meu corpo desfalece
é porque o que em mim
ainda prevalece
é a compaixão que por ti tenho
pois sei que tua inteligência
é do tamanho da tua estatura,
ó pobre criatura!
não tens massa cinzenta, és oca,
vazia e nada benta.
Ver-te faz-me sofrer,
és tão coitadinha,
sempre te deixam marcas as andorinhas,
não posso dizer-te
a realidade
explicar o teu (in)significado
seria insuportável para a tua altivez
(ou falta de lucidez?)
pois és a maior invensão de ti...
Não, não estou a zombar ou a rir
não tenho tal autoridade,
não te pari,
mas meu peito dilacera-se
porque és feita do gesso mais barato
e foste muito mal feita, ó raio!
pela preguiça do teu criador,
inexperiente escultor...
logo hás de desfazer-te em pó,
cal, terra e mais nada!
Mas o que mais me apieda,
quando vejo tua face fria
é saber,
Ó pobre estátua,
que por mais que queiras
(i)mortalizar-te
nunca saberás
o que é de fato
o calor verdadeiro,
o bater enlouquecido
dum coração
realmente humano.



Daniele Dallavecchia, 06072012,1:51


A Ilha e o Falo (de Luisa Demétrio Raposo)

Postado: Luíz Sommerville Junior On quarta-feira, julho 04, 2012 0 Carinhos de Luxo



ATENÇÃO: PAUSAR O BLOG SONG PARA OUVIR O POEMA
Vídeo feito, com muito prazer e honra, a pedido da nossa amiga, grande poeta Luísa Demétrio Raposo
para o lançamento do seu livro Nymphea


Poema

A Ilha e o Falo

Selo em mim a Ilha, o teu Falo, que não é carne nem sangue mas um duro desejo, na transpirada calva do meu Escarlate a Vermelho.
a Ilha; onde a minha Terra treme quando tocas; quando estendes em mim os teus dedos, adentro;
Na força em combustão;
recebo o tremor no teu Mundo, vasto, pela minha boca pulsante, um grito, dentro nas línguas que ascendem na boca, de fôlego a fôlego;
por cima de uma braçada sobre a pele, o amor desata... som... música... e aromas nos rebentam nos oríficos;
dentro a dança própria ou um poema fincado na levedura... os nus suspiros...!
A Ilha treme! Palavras abraçam-nos no fundo vivo e forte da queimada, ponto a ponto, onde a língua engole, o suor, fluxo, no meu Astro que te olha e olha, cheio de Mar contra o Ar maduro, infuso, onde respiras e o amor corre. Primeiro. Dentro. Depois. Fora."


Luisa Demétrio Raposo


À Escuta

Postado: Luíz Sommerville Junior On segunda-feira, julho 02, 2012 0 Carinhos de Luxo


Alguém escutará
aquele que reza para que a verdade
abandone a tentação
de falar sozinha ...


 
 
Plágio é Crime! Este poema, assim como todos os outros só podem ser publicados com autorização expressa do autor (JouElam) .
 
O seguinte blog plagiou vários poemas meus: http://themandolins.blogspot.pt/inha  sem minha autorização!


"Big-Fish"

Postado: Daniele Dallavecchia On segunda-feira, julho 02, 2012 0 Carinhos de Luxo



Sem dormir, possuído pelo frio,
Com a neve entranhada nos ossos
Comecei o dia...
Com lembranças de fogo acesas no outro lado do mundo
Vi praias e sorvetes
Biquínis e chapéus
Protector de Sol para a pele
Assim sendo, então...
Despi -me!
Fiz-me nu!
Quem acendeu a fogueira?
Quem trouxe o sal para esta manhã?
Saltei à corda com os lençóis
Joguei à bola com o colchão
Em pé, fui montanha russa de mim mesmo
Em mim, cresceu avião, foguetão, vaivém
Fui Astronauta na lua do teu sol
Um pequeno passo, sapateado, em círculo e a galope
Com cabide e cruzeta:
- Fui valsa!
Se isto é cinema, filme, trilha sonora, só pode ser d´Animação
E criança fui, encantado com as cores e beleza dos personagens
Que morrem e re-morrem e renascem, renascem ...
Camião , comboio passando por cima de mim
Me espalmando, passando ferro
Personagem da Máscara * que de dia é homem
E de noite é boneco animado
Boneco mais homem que o homem ...
... A verdade paira e é rasa...
Voltei ao meu quarto de brinquedos
Fui novamente menino
A minha casa em Carrossel
Loucura dum momento
quase surrealista
Esplendida
Soberana
Soberba
A tua imagem
Os teus poemas
Irrompem nos meus sonhos
e rebentam como fogo-de-artifício
Que este seja o nosso Big-Fish *...
Frio vá embora!
Deixe o Verão da minha menina me aquecer!
Preciso de dormir
Dormir
Estou cansado,exausto
Amor,meu Amor
Se dispa e faça do seu corpo meu agasalho
A propósito ...

(Guarde este poema debaixo de sua almofada)