Távola De Estrelas: janeiro 2013

Távola De Estrelas

Poesia Do Céu Da Boca

* Sempre DS*SD erpmeS *

Távola De Estrelas, Poesia Do Céu Da Boca, Para Mastigar Devagarinho, Deve Ser Servida À Noite E Acompanhada Dum Bom Vinho Tinto...

As Palavras Que Falam De Ti

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 31, 2013 1 Carinhos de Luxo


Penso que um blog pode e deve revelar os gostos e tendências dos seus autores, mas pode também apresentar "aquelas coisas" que normalmente não são faladas,ou são faladas no precioso silêncio da intimidade. Com tanta coisa para dizer,e,na verdade,escrevo como quem mastiga palavras,com sabor a sal,com sabor a mel,mescla   de pálatos que são vida para o sangue...e,de facto,é tão simples quanto isto:
Se eu não nascesse, nunca te teria visto,minha amada Dani,e não te ter visto seria perder tudo.


Teu Jo, com amor.


O Delírio Dos Poetas

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 24, 2013 1 Carinhos de Luxo



Havia
um poeta
que ñão era
poeta
era a sombra
da sua caneta
pena
tinta nanquim
manchando o papel , a preto !
golpeando a carne , das árvores !
com seus devaneios , existenciais !
rios caligráficos , das feridas !
inseridas nas páginas , cadernos !
aflitos por uma suturação , poética !
mas ...
o poeta
que não era
poeta
escrevia para matar , a morte !
acendia estrelas no fundo , do mar !
apagava águas no cume , da luz !
depois ...
depois queimava , a lágrima !
com a emoção , peregrina !
e saía , para a rua ...
com a alma gelada , de nua !
por fim ...
deitava-se sobre o jardim , curvado !
prestes a cair , em cima !
do outro lado do mundo ...



Luíz Sommerville Junior , 160920100217


Os Astros Na Alcinha Do Teu Vestido

Postado: Luíz Sommerville Junior On terça-feira, janeiro 15, 2013 1 Carinhos de Luxo






Amo-te
nas palavras que eu não sei ...
mas talvez um violão dedilhado
diga muito mais
sobre a tua inconfundível beleza
do que a minha boca calada ou ...
arrojada no modo de cantar o teu nome
Amo-te
nos gestos que eu não sei
mas talvez um fio de ouro ao pescoço
beijado pela água que soa como o canto
que faz dançar as alcinhas do teu vestido
até me cegar de contemplação ! )
por todos os poros(teus)que de mim são a razão
diga muito mais
sobre a luminosidade
do teu rosto banhado de brilhos diamantinos
do que os meus actos largos ou estreitos ...
Amo-te
nas perguntas e respostas que eu não sei
Amo-te
mas talvez uma salva de palmas
diga muito mais
sobre a perfeição linguística do teu enunciado
do que os parágrafos e pontuações desalinhadas
em que tantas vezes me perco para tu me achares
bondosamente ...

Amo-te
nas palavras que eu não sei ...
qual vela acesa no jardim
jorrando beijos ferventes sobre a relva ...
criando um patamar feito de grãos da iluminária
mas talvez a minha boca buscando a tua
diga muito mais sobre as estrelas que te reverenciam
do que as minhas mãos escrevendo devaneios ...
ou os olhos virados para o sol , fonte ! ,
da vida que eu achei quando passei a dizer(te)
amo-te




Luíz Sommerville Junior , 150320131431

À Minha Dani

Teu Jo


Beijo Divino

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 10, 2013 3 Carinhos de Luxo


                                Esta noite , meu amor ,
                                morri ...
                                mas antes leguei-te uma mensagem :
                                - escrevo-te estas palavras
                                para que sintas os momentos finais
                                do meu corpo ainda ardente ...


                                E as letras que aqui te deixo
                                tremidas !
                                ficarão guardadas
                                nos teus olhos , ó minha querida !
                                neles habita a mais bela biblioteca
                                neles vinga a verdadeira semântica
                                é neles que guardas
                                a redacção da nossa vida
                                quando os olhos se fecham
                                todas as palavras choram
                                no mar ...
                                onde todos os rios congelam
                                e os búzios ... enxutos ! aflitos
                                em agonia ! ... ainda murmuram
                                a conjugação imperativa
                                Amem ! Amem ! ...

                                Esta manhã , ó meu amor ...
                                enquanto eu dormia
                                a deusa Íris beijou-me a testa
                                subitamente , eu abri os olhos !
                                como se fora milagre ...




                         

                                Luiz Sommerville Junior , 100120121710
                               In Só Para Os Irremediavelmente Tristes


                                Créditos : Imagem - óleo Morpheus and Íris de Pierre Narcisse Guérin


Livro Poderoso

Postado: Luíz Sommerville Junior On segunda-feira, janeiro 07, 2013 1 Carinhos de Luxo


És tu , meu doce amor ,
nas roupas que apenas em ti 
são trajes d´estrelas 
que fazem a luz nascer
no meu olhar encantado
por te ver
nasci feliz , por saber que algures ,
num ponto do universo
vivia o ser 
que um dia seria a assinatura
com a qual eu aprenderia
a nova etapa da caligrafia
unindo nomes de quereres recíprocos
escrevendo livros em gesto irmão
livros que de tão diferentes
na igualdade da carne ,
ou páginas que nos recebem ,
tão iguais de semelhantes ,
ou folhas que se completam ,
na forma-alma do título
ao qual se entregam 

Mas ... 
na minha eterna e incansável busca
- ó , quantas vezes em estradas desatinadas ! -
pelo ser que eu conhecia , desde o dia
em que eu nasci , tardava a hora de achar
a fotografia que eu noutra vida (per)segui ! 
porque nestes dois tempos de nós ,
o primeiro :
 - berço materno até ao momento
em que as asas beijaram o chão ;
o segundo :
que no abraço chegou , colo terno ,
música da tua respiração
no porto onde atracaste
o ar que atravessaste doou-me as mãos
tuas !

Foi longa e penosa , minha amada ,
a jornada ...
o traçado da tua luz
que tando tardava na chegada
e o medo de perder o norte
que desde sempre me orientava
enveredou os meus pés
em tantos caminhos 
que a minha intuição não desejava
porém , hoje , ó carícia abencoada !
que me és do mundo
o encontro com a verdadeira estrada
aquela sobre a qual
o meu ideal , guia , roteiro !
jamais perdeu de vista 
uno as minhas mãos
em solene expressão
e abro o livro que colocaste
à nossa cabeceira ...

Leio-te , senhora minha ,
enquanto adormeço aconchegado
pela tua renda gravada nas minhas veias
e num aceno d´adoração , (pr)enuncio -te:
trinta e três vírgula três !
"entoando-Lhe novo cântico
tangendo com arte e com júbilo"...
porque Ele no primeiro dia
segredou-me :
- os meus profetas guiar-te-ão
até ao templo sagrado que se ergueu
para nele te entregares ao altar
em louvor , 
e nele consagrares o amor.
Cuida dela, a palavra,
preserva dela o rosto
da metáfora ou parábola
que te interroga :
quantas vezes olhastes hoje
para a voz que , dando-te o mundo todo ,
impregnou os vossos aposentos
com mil e uma imagens de carinho ?
encontrar-Me-ás nas tuas respostas ...

Abro a caixinha da minha tranquilidade ,
abraço-te , ó meio em que Elise estremece !
ó tesouro da minha salvação ! 
dormindo ... 
em ressurreição ...




Luiz Sommerville Júnior , 090920111729


Noite De Reis ... Ou Aquele Que (Não) Sobra

Postado: Luíz Sommerville Junior On sábado, janeiro 05, 2013 1 Carinhos de Luxo



Um , dois , três
Reis
ouro , incenso e mirra
seis
fome
sede
e frio
nove(s)
- aquele que morre -
fora nada
zero ...



Luíz Sommerville Junior , 050120132304


O Poeta que me procurava

Postado: Daniele Dallavecchia On quarta-feira, janeiro 02, 2013 3 Carinhos de Luxo


São versos bucólicos
os olhos meus que te vêem
assim tão belo,ó meu fulgor!
suspirando poesia,
anoitecendo a nostalgia
fascinando de amor
o nascer do meu dia....
São sim, os versos teus
meu poeta, meu senhor
que me fazem voltar ao tempo
viver cada momento
da nossa história,
de todo o nosso sentimento.
Tanto, tanto
que eu li as tuas linhas
ora vivas e cheias de esplendor,
ora tristes, morrendo de amor...
E eu não sabia
que era por mim
que a tua lágrima tombava
Não, eu não sabia
porque andava tonta e perdida
nebulosa de dúvidas,
masmorra trancada de mim
sem saber que o amor que eu tinha
também me tinha
triste e só do outro lado da linha.


(A tua chave não sabia que eu era a fechadura
perdida e só, esperança muda e crua na poeira
enferrujada do coração...mas um dia...
a chave abriu o tão sonhado amor: nosso amor!)


Daniele Dallavecchia, 02012013

Ao meu Poeta
marido duma vida inteira e para sempre.