Távola De Estrelas: janeiro 2014

Távola De Estrelas

Poesia Do Céu Da Boca

* Sempre DS*SD erpmeS *

Távola De Estrelas, Poesia Do Céu Da Boca, Para Mastigar Devagarinho, Deve Ser Servida À Noite E Acompanhada Dum Bom Vinho Tinto...

O Silêncio Tem Mãos Doentes

Postado: Daniele Dallavecchia On domingo, janeiro 26, 2014 1 Carinhos de Luxo



Madrugada branca
negrura em volta
dos corpos que desmaiam
o silêncio tem mãos doentes,
feridas, frágeis e cansadas
tacteando,em mímica surreal:
algo que há muito se perdeu.
e apenas agarra areias de terra,
frios escorrendo pelo chão
oiço vozes mudas implorando por qualquer coisa
sinto almas vagueando na neve
despedem-se dos corpos sem certezas acerca do etéreo
e tudo é esta terra em que Camões errou
desonrado o canto
desrespeitada a bandeira
gritos que endoidecem
mudez que adoece a sociedade civil
desta negra madrugada
em que numa pálida brancura
o país falece ...




Luíz Sommerville Junior, 260120141637, Eu Canto O Poema Mudo


Da Felicidade

Postado: Luíz Sommerville Junior On terça-feira, janeiro 21, 2014 1 Carinhos de Luxo


Só os grandes sonhos

chegam ao céu

os mais pequeninos

ficam-se pela Terra

para que a Humanidade

seja feliz.





Luíz Sommerville Junior , 22.05.08


Original

Postado: Daniele Dallavecchia On segunda-feira, janeiro 20, 2014 0 Carinhos de Luxo

no amor
duas palavras terríveis
de tão belas
a palavra beijo
rebenta com tudo
força descomunal

A palavra mão
esta é tão essencial
que o beijo se multiplica
no corpo universal
dum só ser
sem igual

e... ainda há
uma outra que é capital
- cópula !

(escutando a luz nupcial dos astros ...)



JouElam , 31 Maio de 2011



Memória de Quieta Inquietação

Postado: Luíz Sommerville Junior On sexta-feira, janeiro 17, 2014 0 Carinhos de Luxo





Meu amor

e se

amanhã

acordarmos

ao som

celestial

da bomba

atómica ? ! …


 


Luiz Sommerville Junior, 1973


Não Aconteceu

Postado: Luíz Sommerville Junior On sábado, janeiro 11, 2014 0 Carinhos de Luxo

Naquele triste dia
a noite
qual bruxa gelada
esquartejou-me o peito
com a escuridão da sua espada
gritei , chorei
e não havia mais nada
caí
não havia mais nada
era o fim
da vida como fada
encantada
e não havia mais nada
não havia mais nada ...

... acordei ..

naquela manhã ensolarada
e o dia
qual príncipe em cruzada
cumprimentou-me
- bom dia !

e ...
não houve mais ...
nada
que não fosse
alegria
ou benção dum novo dia
a
teu
lado ...



Luiz Sommerville Junior, Eu Canto O Poema Mudo  , 11 01 2014 , 21:38


Palavras

Postado: Luíz Sommerville Junior On sábado, janeiro 11, 2014 0 Carinhos de Luxo


Sorrisos que denunciam
a intenção de nunca cumprir
o sonho de amor
a palavra dita
promessa tão bem prometida
versos doces
que derretem meu coração
iludem minha carência
enfeitam de flores
minha falta de atenção
caminhos tortos
que entorpecem meus sentidos
e já não sinto o real em mim
sou tua e não sou nada
porque não és de ninguém
amor meu,
amor que nunca me pertenceu
e meu céu desaba...

as ilusões e os teus segredos
paralisada da cabeça aos dedos
compreendo
és sonho
e sonhos são para se lembrar
porque
as palavras que dizes
compreendi
são palavras só para se sonhar
e a realidade me mostra
o silêncio que me faz bem
o o bem que me faz estar só
comigo ou outro alguém
real)
que não são só belas palavras
palavras, palavras, palavras



Daniele Dallavecchia 11012014 , Só Para Os Irremediavelmente Tristes
In Luso-Poemas


Sem Senso

Postado: Luíz Sommerville Junior On sábado, janeiro 11, 2014 0 Carinhos de Luxo


Se o meu amor por ti
fosse igual a qualquer sonho
seria o sonho de qualquer amor
ainda que a orquestra
tocasse a valsa
que nos elevasse aos céus
a terra nosso solo
atar-nos-ia e nenhuma dança
dos corpos surgiria
sim, se o meu amor por ti
fosse igual a qualquer sonho
seria o sonho de qualquer amor
mas o amor, meu amor, que de mim
é de ti, por ti e para ti
é apenas ...
igual ao amor
que bate em teu sagrado coração
e contigo ...
nasce o sonho
que é maior que o mundo inteiro
e porque não sei escrever
e porque jamais serei poeta
o meu amor por ti
é analfabeto

(e de olhos fechados minhas mãos escrevem longos delírios na tua carne de flor ...)



Luiz Sommerville Junior, 11 01 2014, 03:00 , Eu Canto o Poema Mudo
Improviso in Luso Poemas


O Noivado do Mundo

Postado: Luíz Sommerville Junior On sexta-feira, janeiro 10, 2014 0 Carinhos de Luxo


Lá fora
há uma panorâmica superlativa
que beija os nossos olhos
com o oceano intocável do sol
que pinta os nossos corpos
com as tintas do céu
que ergue uma montanha de carinho
sob os nossos pés
enorme é a sua grandeza
e ainda que sejam cruéis as batalhas que travamos
aqui, cá dentro ,
as nossa vidas engrandecem
graças ao redondo pulsar da natureza
que como uma túnica aconchegante e translúcida
envolve todo o espaço
no abraço onde os nossos braços
desenham a mais bela prece

Abrimos as portas
e de mãos dadas entregamos ao mundo
o sorrriso que escreveu
o poema que nos casou.



Luiz Sommerville Junior , 100120141228 , Eu Canto o Poema Mudo


Sorri ? (II)

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 09, 2014 1 Carinhos de Luxo




Sorri ?


A primeira palavra
é choro
pranto abraçando o respirar
Ou será luz ?
a última palavra
é silêncio
quietude provocando temporais
ou será escuridão?
ao meio encontra-se
todo o dicionário
alfabeticamente desordenado

e a vida qual trapo velho
geme baixinho
no buraco negro da solidão




Luiz Sommerville Junior , Eu Canto O Poema Mudo - 09012014,15:26


Sorri ?

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 09, 2014 0 Carinhos de Luxo



Sorri ?

 
A primeira palavra
é choro
pranto abraçando o respirar
Ou será luz ?
a última palavra
é silêncio
quietude provocando temporais
ou será escuridão?
ao meio encontra-se
todo o dicionário
alfabeticamente desordenado

e a criança que aprende a rir




Luiz Sommerville Junior , Eu Canto O Poema Mudo - 02012014,19:54


Despedida

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 09, 2014 0 Carinhos de Luxo




Pomba branca, que partiste para não mais voltar...
Diz-me pomba querida:
se eu te dei toda a minha vida
por que não me quiseste amar?

Pomba branca, por que procuras o sol do outro lado do mar?
se aqui tão pertinho de mim
as rosas do meu belo jardim
levam a vida por ti a chorar

Pomba branca, tuas asas, longe , longe vão
que procuras tu? Novos rumos? Novos ventos?
Enquanto de profundos lamentos
está morrendo meu coração

Pomba branca, ergueste tuas asas sedentas de paixão
num triste adeus
e meus sonhos
como folhas no outono, suavemente beijamos o chão

Encontro
uma pomba branca quase morta no chão
és tu pomba querida,
a quem eu dei toda minha vida
que pedes a minha mão?




Luiz Sommerville Junior, Inverno de 1976


Almas Gémeas

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 09, 2014 0 Carinhos de Luxo



Nada há de mais semelhante
que o teu perfeito olhar
se vês o mundo de levante
eu vejo o levante a rasar

Porque somos tão iguais
que custa tanto acreditar
perde-mo-nos entre os demais
e encontra-mo-nos por amar


Luiz Sommerville Junior


Encontro

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 09, 2014 0 Carinhos de Luxo




Dá-me a tua mão
quero prolongar
a minha solidão...!
E o coração
que bate, bate,
veloz, velozmente,
como um bando de aves
em dia de intempérie,
retrocede a batida
suave, suavemente,
como o pássaro
que encontra a guarida...











Luiz Sommerville Junior , Porto, 20 01 1982


Tua para além de mim

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, janeiro 02, 2014 1 Carinhos de Luxo



Deve-se à sorte escusa e assombrosa
o destino triste que nos veste?
Deve-se ao beijo de paixão que me prendeu
à tua alma desde o dia em que me a deste?
São tantas as perguntas sem respostas
e respostas que não querem perguntas
Penso no tempo
nos dias vividos
nas noites de sobressalto
algo mudou, algo faltou meu amor?
Talvez a dor da distância
talvez a falta de tolerância?
Somos menos felizes hoje
que temos o calor um do outro?
o sorriso a qualquer hora
que acende a aurora
do nosso devaneio...
aqui
no mesmo endereço
no mesmo berço de amor
Então, meu querido
o que falta ao teu coração
para que eu te possa fazer mais feliz
do que o verso nobre de amor um dia quis?


Daniele Dallavecchia