Távola De Estrelas: novembro 2010

Távola De Estrelas

Poesia Do Céu Da Boca

* Sempre DS*SD erpmeS *

Távola De Estrelas, Poesia Do Céu Da Boca, Para Mastigar Devagarinho, Deve Ser Servida À Noite E Acompanhada Dum Bom Vinho Tinto...

Coisas Simples

Postado: Daniele Dallavecchia On terça-feira, novembro 30, 2010 0 Carinhos de Luxo

Das coisas simples
a mais simples
é tão simples
que não é coisa
não é simples
não
é


Da afirmativa
nasce
a negação
nega
acção
ou da coisa que é
não
a constatação
que a via do não
é igual a lado algum


Ou pelo roteiro do sim
aporta o ser
a calar o saber
esperar
certa a hora
certa a pessoa
do embora que é ir
que é agora
é que é
em pé !
 
 

Luiz Sommerville, 30112010958



A Via Crucis do Nosso Amor

Postado: Daniele Dallavecchia On segunda-feira, novembro 29, 2010 2 Carinhos de Luxo


Sim, amor,
teus versos estão bordados
com as lágrimas que derramei.
Minhas palavras escondem
o sentimento real do meu coração,
e a dor trafega pelos dois lados...
Foi você quem quis assim,
viu somente uma face da moeda,
não ouviu nada de mim,
analisou, julgou e me crucificou
na cruz cega da tua (in)justiça.
Jogou fora toda a minha doação,
guardou cada palavra, minha ou não,
desperdiçando todo amor que guardei só para ti.
Orei a Deus te iluminasse o pensamento atordoado,
Mas apelaste, no altar da tua ilusão, a um santo
que eu não conhecia,
que diz que a dor garante um lugar ao céu...
E foi neste altar criado, 
para um santo de carne e osso,
que sacrificaste a nós dois!
Mas Deus não pede morte,
Deus é forte (superação)!
Deus não pede rancor,
Deus é amor;
Deus não pede aversão,
Deus é perdão;
Deus não pede vingança,
Deus é esperança...
E se no princípio era o verbo,
por que ficaste tão mudo? 
Sim, amor,
arrancaste todas as flores do nosso jardim,
apagaste, com tua cegueira,
cada estrela do nosso céu...
E o que ainda queres de mim?
Eu que, sem ti, sou só
um caminho sem rumo...
sem ti, não me acho, 
não me aprumo...
Quando foi que o teu ódio
habitou de vez a nossa casa?
Não amor, essa dor não passa,
trespassa,
a minha carne que é tua
só tua...
E seguimos a vida assim,
em vão,
em dor,
em tristezas,
sorvendo a desilusão,
sem saber para onde fugir,
sem saber como esquecer,
aquilo que o tempo nao apagará:
a lembrança 
do nosso amor perfeito!


Daniele Dallavecchia


VOCÊ

Postado: Daniele Dallavecchia On sexta-feira, novembro 26, 2010 2 Carinhos de Luxo



Do meu peito em caos nasceu o verso.
Do teu amor em minha vida, a esperança,
por saber que contigo posso ser feliz
como no tempo em que eu era criança.


Teu amor monumental sarou minha ferida,
trouxe para meus dias novos sabores,
Antes de ti, amor, era eu alma perdida,
na mão de pierrôs, insensatos atores.


Colocaste um fim aos meus dias de solidão.
Mostraste o universo que eu não conseguia ver.
Iluminaste com teu sorriso meu coração,
Fazendo-me, de todas as mazelas, esquecer.


Os anjos ouviram minhas preces no infinito,
Apiedaram-se das tantas lágrimas que derramei.
Finalmente, meu amor, meu príncipe, encontrei.
Peça do destino: era ele o tempo todo um amigo!



Novo tempo...

Postado: Daniele Dallavecchia On terça-feira, novembro 23, 2010 3 Carinhos de Luxo





Acordei com as batidas do meu coração,

saltavam dentro deste apertado arcabouço.

Um misto de despedida, dor e perdão,

desprendendo-me do muito que durou pouco...

Sofri ainda pelo apego àquela doida paixão,

mas tive coragem de lutar contra meu louco,

destemido, atrapalhado e infantil coração.

Nada de ruim ficou...Lágrimas tampouco...


Novembros - Ao Yon

Postado: Luíz Sommerville Junior On quinta-feira, novembro 18, 2010 0 Carinhos de Luxo

O brinde que ergueste , ó querido irmão !
anda a tilintar , nas taças do mar ,
qual gaivota a esbarrar no mastro
do barco que na baía paralisou
para admirar o teu braço a levantar !
esse mar , a juntar , tantas Terras
dos céus onde nossas vidas
andam a navegar .. navegando ... levitando!
um brinde às nossas cores amadas
"ao vinho e à cachaça"
de todas as estradas que (nos)conduzem ao coração
do Homem em ascenção aos desígnios insondáveis
de tudo o que (já) não vemos mais
mas sabemos , enquanto vida temos
são como a mais bela canção
impossíveis d´ agarrar , hinos nos ouvidos a falar
todas as almas ao tempo por onde o vento não se cansa de assobiar
todas as Construções , todas as Noites Que (nos) Eram e Levaram ...
Todos as Mensagens , poemas Número Vinte
dançando nos lençóis que um dia foram testemunhos
do escrever na carne os sonhos do corpo que arde
Ó irmão ! "Se esta rua , se esta rua fosse minha
eu mandava , eu mandava ladrilhar ...
com pedrinhas, com pedrinha de brilhante" o chão !
dos poetas que se riem dos poetas que só sabem chorar !
todos os poetas que em TI te fizeram o verbo sonhar !
o lirismo derramado sobre a mesa
ou o sangue escorrendo como vinho no dedilhar
da guitarra que eu te daria , do violão em que tu , às costas ,
me transportarias , cerejeira nas nossas mãos encarnadas
qual o desenho acima do real da menina que Génesis enunciou
nas somas das lindas vareiras que nas noitadas debruçadas
nas varandas namoravam com o eternizar de todas as madrugadas
ou onde renasce o Cais Do Sodré , à nascente do Rio !
mais a Norte, mais ao Norte do que ao Sul ,
onde o Horizonte é mais Belo e o Porto é mais seguro !
nas vielas que faladas na una Língua são becos
irmão que és as cinco Quinas das Vinte e sete estrelas ,
Serenata Ao Luar De Coimbra ,
Coisas Nossas pra encaixilhar no Beco Das Garrafas
nas avenidas , num qualquer viajar
"Um brinde ao dia 18, ao dia 20"
Novembro desta "Manhã De Carnaval"
Novembro deste "Povo Que Lavas No Rio"
pés na terra a caminhar na epístola de São Paulo
braços no ar a casar com as noivas de Santo António
"Os copos embriagados de vinho, vozes em cantoria, resto de noite."
qual lanterna a alumiar os olhos do fado a lacrimejar ...
do samba dançado no ar ...
"um brinde!
ao novembro dos escorpiões vagamundos."

enquanto ...
nas mochilas
a guardar para dar:
"A Vaca De Fogo"
e "Pra Não Dizer Que Não Falei De Flores"
os abraços e os beijos , a vibrar ... a vibrar ! ...


(JouElam/Luiz Sommerville Junior , sobre o poema de Yon Rique Escorpiões Vagamundos
com uma montanha de referências a outros tantos poetas "cantados ao não")

Parabéns amigo querido ! Este brinde , ou taças tilintando no silêncio
é sorvido sobre a tela do que a vida tem de mais sagrado : o que não sabemos !


18 Novembro De 2010

 
Animation By Calad


O Silêncio que matou o amor.

Postado: Luíz Sommerville Junior On quarta-feira, novembro 17, 2010 0 Carinhos de Luxo

Uns chamam de amor incondicional,
outros de teimosia prejudicial.
Não sei quem está com a razão,
sei da dor que meu trouxe esta paga
cega e desmedida,
infinita convicção.
Rumei por uma estrada de mão única,
esqueci de mim, mergulhei no teu ser,
sem desviar-me para a direita ou esquerda,
contentei-me com teu silêncio esmagador
que me contorcia a carne.
Esse silêncio tão bem guardado
e que deste só para mim,
em troca de todo o amor que te dei.
Tive fé e abri como nunca o meu coração,
vi minha esperança esfacelada numa parede,
meus sentimentos expostos,
a platéia rindo da minha confusão.
Até quando Pai, permitirás que eu me perca?
Segura minha mão, traz-me de volta,
mostra-me o caminho da verdade,
guia a minha vida,
derruba todas as máscaras,
elas dão-me medo, confundem minha alma.
Hoje passei em frente a um jardim
e vi a metamorfose de uma lagarta,
transformando-se na mais bela borboleta...
voou rumo a liberdade,
Dá-me asas como aquelas, Senhor,
permita que eu voe para longe de tudo e todos.
Me leva nos Teus braços
e me faz sorrir de novo.


Daniele Dallavecchia,17112010,17:30