Tinha o coração em forma de biblioteca
Guardava no peito
As vidas e aventuras
Das Brumas De Avalon
No seu sangue corria
O cálice do Código Da Vinci
Sentada
Na soleira da porta
Via os cavaleiros entrarem
Sentados nos seus cavalos literários
E as princesas com seus trajes celestiais
Beijando os trovadores
Que as cobriam de palavras melodiosas
Um dia,
Roubou um dicionário e uma gramática
Foi então que descobriu
A terrível revelação
De que todos os poetas estão mortos
- Agora era a vez dela !
Sentou-se no chão
Redondo e rosado
Como o seu ventre
E escreveu na terra húmida:
- Poeta é aquele que lê com os olhos fechados...
JouElam, 2009
