Filho
que pegaria numa estrela
e com ela escreveria no teu sorriso, se possível fosse,
toda a luz que antes nunca havia avistado
mas tive que morrer antes
para que o sonho por todo o tempo ansiado
me ressuscitasse ... e me tranformasse
no querer das tuas queridas e delicadas mãos, estendidas!
a mim!ó minha Páscoa!
e, o que aconteceu outrora
que o pão e o vinho - o corpo e o sangue -, celebração!
me entregou nos braços de tantos judas?
traindo a memória da mais bela e divina mensagem?
não sei! ou será que sei, mas não me lembro?
porque uma multidão de falsos servidores dos templos
trajados d´oiro com amuletos ao peito
e livros escritos em hebraico debaixo do braço
escondia nas dobras das túnicas
a ignóbel adaga da hipocrisia ?
e às escondidas em becos sem luz
negociavam com os senhores do mundo
a vida que queriam ceifada por soldados
cumpridores cegos de quem com césares lhes pagava
e, contudo, em quarta-feira santa, mundo em trevas,
os jardins celestes de tão altos
já abriam as portas ao novo tempo
do qual ninguém suspeitava e que em glória - voava !
quantos tolos não escutaram as minhas parábolas
para depois as orarem ferverosamente ?
riram-se, em ironia,cinismo,apelidaram-me
de rei da loucura
deixai-os com a sua embriaguês...
toda a noite da minha agonia o meu pai conversou comigo...
e reprovou o irmão pela soberba e apego ao vil metal
apontado-lhe o erro fatal na contabilidade da vida
já me esperam e ainda nem sequer arrefeci !
já me acreditam e ainda nem sequer me (re)viram, ó paixão !
agora que cheguei de verdade para que se cumpra o beijo
podes, deves, preparar uma festa com todas as palavras, apostólicas !
abençoados os que sabem esperar !
o amor escreve-se em cruz, aleluia !
Ao Rucka, com amor
Luíz Sommerville Junior, Domingo de Páscoa, 20 Abril 2014
A vida dá voltas, e voltas e voltas e, por mais que tentem pagar o bem com o mal, Deus não o permite. Meu amor, esse poema é uma história. Só nós três sabemos o que passamos e só nós dois sabemos o que vivemos. Sorriam bocas, pois a festa não acabou, os anjos estavam descansando da última tempestade. Eis que o poeta trovejou com sua grande voz pela justiça, eis que Miguel ouviu o lamento. Ó justiça que governa, ó luz que ilumina, ó muro que nos protege! Deus no peito, nós no reino Dele, Ele reinando sobre nós, então, quem será capaz? Haja paz na terra e entre os homens. Mas, acima de tudo, haja felicidade em nossas vidas. És um pai maravilhoso, um marido sensacional, a vida e a sorte está conosco. Avancemos , meu amor! Tudo de bom chegou. Já reparou como é azul esse céu que paira sobre nós? Beijo, te amo muito!!!! Poema genial!