Madrugada branca
negrura em volta
dos corpos que desmaiam
o silêncio tem mãos doentes,
feridas, frágeis e cansadas
tacteando,em mímica surreal:
algo que há muito se perdeu.
e apenas agarra areias de terra,
frios escorrendo pelo chão
oiço vozes mudas implorando por qualquer coisa
sinto almas vagueando na neve
despedem-se dos corpos sem certezas acerca do etéreo
e tudo é esta terra em que Camões errou
desonrado o canto
desrespeitada a bandeira
gritos que endoidecem
mudez que adoece a sociedade civil
desta negra madrugada
em que numa pálida brancura
o país falece ...
Luíz Sommerville Junior, 260120141637, Eu Canto O Poema Mudo
Esta terra onde todos erramos errantes
às vezes, o silencio são versos feridos, frágeis cansados,
numa madrugada emudecida
Abraço