em todas as madrugadas, companheiros,
há um sol que morre estampado numa nota
sem valor
e para que a luz volte a definir o dia
do que não mais regressará
é necessário que o medo,
também possa vender-se
por uma qualquer moeda
desvalorizada
e a coragem,ou a loucura de combater sem pensar,
se aposse de todos os valores
velhos ou novos
carregados de rugas que sejam o festim dos anos
carregados de recém nascidos que sejam o alvorecer
duma nova casa ....
delírio-sinónimo das estrelas que eu não sei pintar
em todos os crespúsculos
há uma lua sem fundamento
que voa sem rede que a possa amparar
que já devia ter morrido...
em verdade, companheiros,
como pode a lua surgir no céu
quando o sol de vendido
é apenas uma cega recordação?...
Luíz Sommerville Junior, 240320130601
* Imagem do filme 1984
Luís,
O poema é tão profundo e voce encontrou uma imagem que combina, valoriza suas linhas tão expressivas.
Eu li 2 vezes, achei barbaro. Quando voce diz "companheiros", no início, está falando comigo, para que eu preste atenção no que quer transmitir.
Bjs