andam
pela terra em mãos
d´azuis sem céu
bebem, comem,gozam
e dormem
em corpos de carne
sem alma
parece que também falam
prosas corroídas disparadas para o vácuo
não ouvem ninguém
escutar é demasiado
para tão ilustres cérebros
de ouvidos desconectados dos tímpanos
têm antenas ligadas a um só canal
o ego do poder e o poder do ego
sem exclamações - nossas !
e com todas as admirações - deles !
dos seus grandiosos feitos
que de tão pequeninos e insensíveis
são a desgraça em fila de espera
- sopa dos pobres ! -
e morte abrupta , antecipada
de tantas vidas
que ainda não viveram
mas eles persistem no querer
auditórios cheios
para as suas surdas e mudas retóricas
tempo em que é urgente ver
alargar a visão
mas eles, que vêem tudo,
trocaram os olhos
por estranha e mui moderna telepatia ,
comunicam-se pela via da insensibilidade
será que não possuem o cheiro ?
do tacto já muitos sabem
que o cambiaram por tudo o que é imóvel
e do resto ...
e do que resta ...
falta o que faz mais falta ...
Luiz Sommerville Junior , 190220121216
São egos cegos e agiotados
Relevante
Abraço
Caro amigo
São as palavras
que acordam
pensamentos,
as que mais
ecoam em minha vida...
Desejo que o amor,
faça morada em seu coração.
Sim, querido, não ouvem ninguém, apenas as suas próprias verdades inventadas. Esta podre burguesia, insensível e arrogante, nos mostra a cara feia dum regime governamental que só governa (ou não) a si mesmo, aos seus próprios interesses e nós, atores duma sociedade doente e castigada, nos jogamos na caixa de Pandora para agarrar a esperança e não a perder de vista. Parabéns, meu lindo amor, por este teu magnífico poema.
beijo, meu lindo!
Te amo!