Selvagens
são as palavras
que me rasgam a carne,
dilaceram sentimentos
e, a sangue e lágrimas
me desenham
num qualquer papel,
expondo meu inferno e céu
e eu, poesia sem rima
de mim,
invento uma quimera
que disfarce a tristeza,
laço alado dos meus versos...
nada em mim justifica
esta eterna nuvem companheira
e até nos meus dias de paz
algo em mim se desfaz,
e se alguma vez
um verso meu cantou-me feliz
foi esta outra criatura
que não é poeta
e habita em mim...
Gostei muito, parabéns.
Abraço.