E a pausa acontece…
envolvida pela alva neve que inunda de natais os homens
crescidos na suave lenda do beijo e do laço
- Oxigénio ?… E a cidade? -
Todos os duendes da tua presença me enlaçam
e acarinham o encantamento e fantasia deste instante
ó ! ó sim ! sou mortal…banal…nas palavras igual…
viajo na bendita passagem - o cume desta viagem !
ó meu poema fulgurante…
ó capacidade d´arrogar a soberania !
ouve-me ó feitiço…
o riso do teu rir é o poema do meu sorrir…
ó monte quase-natural
só tu és colossa !
ó prado pai do filho da montanha
ó dor da sensibilidade ! ...
ó devota criança do meu mapa
que pintas infâncias nos olhos de quem passa !
ah , libido da alvorada na minha modesta guarida ;
a abstração comigo em limpída água de noivada !
não, não sou devoto
sou-te terramoto ao centro do teu voto
ó invenção anónima em pátria universal
do fumo que abraço denso os momentos transpirados
tecto quente sem-dormente na Via-Láctea dos sentidos, gemidos ! …
prenhe o ventre que interrompe a surdez massiva…
moribunda a rua do esquecimento…a crónica do dia…
histórico e crónico recordado pelo fracasso do ignorado
a memória?!…
uivos loucos dos lobos roucos!…
Descortino a tua dialecta face…
entre o belicismo de tudo que te amordaça…
bandeira da neurótica frota , a psicose da derrota !
sim! sim,és o haver do meu sonho…
no cume dos Himalaias o compositor com sua batuta
dirige a música duma orquestra celestial
morada d´anjos e habitat dos soldados do céu
as batalhas que Deus nos deu !
abençô-o-te ó Virgem!…
que lançaste ao mar a estátua e o andor…
meu disco de toque e amor!
os teus lábios são o lar onde hei-de sempre habitar
minha melodia da sinfonia, meu embriagante anís
a marcha e o marchar , de raíz!
Agonia? manhã sem dia ?
ó meu silêncio de baixar a voz no modo e pessoa
que o Tu apregoa !
fidelidade e fé do meu mirante , amante perfumada
no bosque da santidade coroada
o poeta ?…
máscara colorida…rosto do ninguém…
escultura crua do perdido por alguém
ó pedaços de mim , despedaçados !
espalhados , em e por todos os lados !…
ó potência a esperninhar e explodir no crepúsculo
ó meu músculo !…
minha crista a levantar
no resumo do meu divagar
a esperança ?… certeza da dúvida predilecta !
meu vocabulário e corolário mais que belo…
eu te revelo !
dimensão exacta do meu espaço…
rasgando o teu tempo com o meu traço
ó minha abençoada sedução
meu tempo escorregadio no teu rio
ah , poética e desconcertante doçura , das palavras , as tuas !
ó meu vocabulário de romã ,
és manhã ,
ó manhã !
teu nome escrevo com tinta de lã …
"Morning Has Broken" ?
Luiz Sommerville Junior, 1975
Sommer, muito obrigada por prestigiar o Palavras ao Vento com um poema tão divino. Me impressiona a força e beleza dos teus versos...Parabéns, mon bébé.
beijo no teu lindo coração.
Parabéns a você por me prestigiar: assim é que é ! Grato ó principesca ! Beijo .